A menstruação merece um Oscar
“Não, eu não estou chorando porque estou de TPM e, sim, porque um filme sobre menstruação ganhou o Oscar.” Assim, discursou a diretora Rayka Zehtabchi, ganhadora do Oscar por Absorvendo o Tabu, documentário curta-metragem disponível na Netflix.
O filme vai além da menstruação e nos leva a refletir sobre como as mulheres são tratadas somente por… ser mulheres. Eu não sabia, mas cerca de 3 milhões de indianas não vão à escola quando estão menstruadas. Durante este período, são consideradas sujas ou amaldiçoadas e, com isso, sentem-se extremamente envergonhadas — o que fica bem claro em risadinhas nervosas quando indagadas sobre o assunto ou quando saem da farmácia com seus pacotes embalados em jornal, sob olhares machistas e extremamente invasores. Bom… isso quando conseguem comprar absorventes! O custo alto é empecilho pra muitas, que ou são obrigadas a abandonar os estudos, pelos pais, ou desistem de estudar para não ter que ser alvo de olhares quando mancham suas roupas ou têm que trocar suas toalhas higiênicas, que não absorvem muito bem. (E quando elas não tem toalhas, usam qualquer coisa mesmo: jornal, tecidos achados no chão, cinzas).
Pensando em como transformar esse cenário, um fabricante constrói uma fábrica que torna o processo fácil e acessível. E. com isso, ele muda a vida delas econômica e socialmente.
Mais que isso eu não vou contar, porque vale à pena assistir. São 20 minutos mais do que importantes para impulsionarmos as pequenas grandes mudanças diárias. Todo dia é dia.