Angélique Namaika

REFLETE
2 min readFeb 23, 2021

A freira que já ajudou mais de 2 mil mulheres vítimas do conflito do Congo

Imagem: Angola Fashion Channel

De bicicleta, a freira Angélique Namaika percorre todos os dias as ruas da vila onde mora, no Congo, para apoiar vítimas da violência gerada pelo conflito interno na região, que dura mais de 30 anos.

Atualmente, são 150 mulheres atendidas pelo Centro para Reintegração e Desenvolvimento, associação da qual a Irmã é co-fundadora. Desde que o centro foi criado, em 2008, mais de 2 mil mulheres já foram atendidas. Entre as jovens, estão muitas ex-prisioneiras do LRA, que são vítimas da violência de gênero, como o estupro, e que, quando conseguem fugir, enfrentam discriminação da própria comunidade.

Imagem: Afetos Literários

Foi por conta de uma invasão do grupo, que a própria Angélique fugiu e viveu na mata por 4 meses.

“Minha situação como deslocada interna me inspirou a entendê-las e a querer ajudar. Quando vejo essas mulheres, lembro que eu não tinha ninguém que me ajudasse. Então, vou todos os dias aos lugares onde elas estão. Uma coisa muito importante é que elas estejam juntas com outras mulheres. Assim, elas podem ser ouvidas e dividir suas experiências. Suas histórias são horríveis, e elas são muito vulneráveis.”, conta ela em entrevista para o site do ACNUR.

No Centro para Reintegração e Desenvolvimento, elas frequentam aulas de alfabetização e aprendem um ofício, como costura ou culinária. Juntas, encontram a força necessária para recuperar a autoestima e reconstruir suas próprias histórias.

Irmã Angélique (de preto) ensina mulheres a costurar na remota cidade de Dungu, uma das mais afetadas por deslocamento e atividades do LRA na região nordeste da República Democrática do Congo (Foto: Acnur/B. Sokol)

O trabalho de Angélique foi reconhecido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que a concedeu o Prêmio Nansen para Refugiados.

Segundo um relatório do ACNUR, o conflito no Congo já deslocou cerca de 2,6 milhões de pessoas, e aproximadamente 320 mil seguem nesta situação na Província Oriental.

Fonte: https://www.acnur.org/portugues/2013/09/27/angelique-namaika-gestos-e-acoes-que-curam-feridas-abertas-pela-violencia-no-congo/

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