BIA, inteligência artificial do Bradesco, sofre assédio

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2 min readApr 13, 2021

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Inteligências artificiais com elementos femininos recebem mensagens ofensivas

BIA é o nome da inteligência artificial do banco Bradesco. E ela sofre ataques de assédio. Sim, você leu direito. Um robô composto por elementos considerados femininos sofre assédio.

Pra conter as mensagens ofensivas (somente em 2020 foram 95 mil), as respostas dela foram alteradas, pra que exista uma reação justa e firme. “Sem meias palavras. Sem submissão.” — como diz o próprio banco em seu site, em uma página criada para falar do assunto. Um exemplo de “antes” e “depois” de respostas da BIA está na imagem que abre este post.

A ação foi inspirada pelo movimento “Hey, atualize minha voz”, da UNESCO, que tem como objetivo chamar atenção sobre a educação cibernética e respeito às assistentes virtuais, além de pedir para que as empresas atualizem as respostas de suas assistentes. No site do movimento, existe também um campo chamado “sua voz”, em que é possível gravar mensagens de voz de até 15 segundos com sugestões de respostas para as assistentes aos assédios sofridos.

De acordo com estudo lançado em maio do ano passado pela Organização, chamado “I’d Blush If I Could” (“Ficaria Corada se Pudesse”, em tradução livre), as assistentes virtuais, via Inteligência Artificial, com vozes femininas, sofrem altos índices de preconceito de gênero e normalmente respondem com frases tolerantes, subservientes e passivas.

Ainda, de acordo com a UNESCO, as assistentes são programadas basicamente por homens (que representam 90% da força de trabalho na criação de IA) e têm a premissa de serem subservientes, mesmo quando verbalmente assediadas.

Diariamente, no mundo inteiro assistentes virtuais sofrem abusos de todos os tipos. No caso do Brasil, a Lu, a assistente virtual das Lojas Magazine Luiza, já foi vítima desse tipo de violência. Internacionalmente, há registros contra a Siri, Alexa, entre outras.

Quando o tema é trazido para a mulheres reais, o número é assustador:

  • 73% das mulheres de todo o mundo já sofreram algum assédio online.
    • 15 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos já sofreram abuso sexual.
    • 70% das mulheres refugiadas são vítimas de violência ao longo da vida.
    • 97% das mulheres brasileiras dizem que já sofreram assédio em transportes públicos e privados.
    • 43% das mulheres europeias já sofreram bullying ou violência física de seus parceiros.
    • 1 em cada 5 jovens sofrem abusos sexuais dentro de universidades nos Estados Unidos.

Se você vivenciou ou presenciou uma situação de violência contra as mulheres, on ou offline, denuncie.

180 — Central de atendimento às mulheres
190 — Polícia militar

Fontes: Bradesco e site Hey Update My Voice

#HeyUpdateMyVoice

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