enquanto escrevo esse texto
Hoje é o Dia da Higiene Menstrual. E não podemos passar por ele sem falar da pobreza menstrual, condição que contempla, além da falta de acesso a absorventes, a falta de saneamento básico, água, infraestrutura de higiene na casa e na escola e também a desinformação.
Sem noção do quanto itens de higiene são necessários para a saúde, algumas meninas e mulheres terminam crescendo pensando que absorvente é um item supérfluo. Em alguns casos, suas necessidades são colocadas de lado, por elas não serem as responsáveis pela alocação de orçamento na casa.
“A negligência de necessidades menstruais resulta em problemas que poderiam ser evitáveis, desde alergias/irritações até aqueles que podem resultar em óbitos, como a síndrome do choque tóxico.”, como diz o relatório Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos, desenvolvido pela UNFPA com a UNICEF.”
Isso tudo também afeta a autoestima, impedindo que adolescentes vivam esse período de desenvolvimento com segurança, e que mulheres possam trabalhar com tranquilidade (o que gera impacto econômico).
Sim, que o acesso à higiene e a produtos específicos para menstruação dever ser política pública, a gente sabe (e já falamos aqui em outro post). E quanto mais falarmos sobre isso, mais força ganhamos. Mas, o primeiro passo, que todas nós podemos dar agora, nesse minuto mesmo, é nomear a menstruação. Usar eufemismos como “estar naqueles dias” ou “estar de chico” termina perpetuando a ideia de que este período é vergonhoso, perigoso ou impróprio. Vamos usar o nome certo?
Em tempo: sabe de onde vem a expressão “estar de chico?” Em Portugal, chico é uma outra forma de designar porco. Daí a palavra “chiqueiro”.
Entende a urgência? Vamos juntas?
#pantysprotest
Fontes: O Globo, Hello Clue, Super Interessante e o relatório Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos, desenvolvido pela UNFPA com a UNICEF. Aliás, o download é gratuito e pode ser feito no site da UNICEF.
