OLHA PRA VOCÊ: Fê Lisboa

REFLETE
5 min readJan 22, 2019

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Autosaber para melhor ser

(Fê Lisbôa, do Autosaber)

Irmã é como eu chamo a Fê. Porque ela é presente, de fé, justa, resoluta. E consegue pegar na tua mão sem estar por perto, sabe? Conheci a irmã num Réveillon em Porto Alegre onde revezamos silêncios de recuperação de sanidade no ar condicionado e mergulhos divertidos em banhos de chuva no terraço. Com vinho, água, mojito, mate. Carreteiro, brigadeiro e bolo rei.

Na época, ela estava estudando Direito, mas estava ainda mais interessada em entender mais sobre pessoas. Sentimentos. Motivações. Caminhos internos, onde as leis dos homens nem sempre são as mais justas e aplicáveis. Nesse tempo, ela foi estudando o que a interessasse dentro desse novo jeito de olhar a vida: Cabala, meditação, física quântica e tudo mais que pudesse alinhar pensamento, sentimento e comportamento. O resultado? Hoje, 7 anos depois, ela é terapeuta de ThetaHealing (que, aliás, conheci por ela). Sobre essas descobertas e interesses ela conta mais abaixo.

REFLETE: Sei que tua jornada de autoconhecimento começou tem alguns anos. Conta como foi essa busca para você?

FÊ LISBÔA: Desde muito pequena quis entender como as pessoas tomavam decisões e porquê. Perguntava muito sobre tudo, pra todo mundo. Já adolescente, me interessei por Filosofia. Achei Sócrates e me apaixonei. A forma como ele instigava através de perguntas me permitia ver o mundo de ângulos até então desconhecidos. Quando cheguei ao ThetaHealing, entendi que era a oportunidade de reunir minhas paixões, porque uma sessão de Theta te permite ver o mundo por outros ângulo, exatamente como Sócrates. Mas ela vai muito além. Durante a sessão, as perguntas são direcionadas para o teu interior. Permitindo que a tua verdade seja revelada por ti. Uma forma profunda de autoconhecimento e liberação de sentimentos que travam a vida.

REFLETE: Como e quando aconteceu o “clique” que te fez achar um norte pra tuas crenças?

Tive um problema de coluna que literalmente me travou. E, aos 26 anos, me deixou deitada em uma cama durante 8 meses. Sentia dores pelo corpo todo, o tempo inteiro. Fui nos mais variados tipo de médicos e os diagnósticos eram imprecisos: fibromialgia, problema na cervical, inflamação muscular. Entrei em licença no banco e na faculdade e precisei rever o caminho que eu mesma havia traçado e estava construindo. Quando percebi, estava tomando mais de 20 remédios por dia!

Nesta época eu caminhava muito pouco e só saía de casa pra fazer acupuntura, fisioterapia, RPG. Me sentia cansada, irritada e tinha bastante medo. Um tempinho depois, voltei devagarinho pra minha rotina, a dor persistia, mas eu fui em frente. Minha irmã foi a trabalho para Salvador e trouxe um jornal. Nele, havia uma matéria sobre uma terapia que permitia a mudança de crenças e padrões através de perguntas. Tudo de forma lúcida. Sou de Virgem com ascendente em Capricórnio e lua em Touro. É terra, né? Então, a possibilidade de existir uma terapia que fosse capaz de me explicar de forma concreta que podemos mudar nossos padrões, fez o meu olho brilhar.

Fui pesquisar sobre. Quando comecei a ler sobre a técnica, foi inevitável notar a semelhança com o método usado por Sócrates. Primeiro, procurei onde poderia ser atendida em Porto Alegre e não encontrei. Soube que, em alguns meses, haveria um curso de formação, pois a técnica foi criada nos EUA mas tem um Instituto no Brasil e as regras para formação dos professores são muito rígidas. Até hoje, por exemplo, só pode dar aula quem se formou com a criadora do ThethaHealing, em um curso nos EUA. Fiz a primeira aula e me apaixonei.

Foi aí que comecei a me perguntar porquê eu estava travando a minha vida. Comecei a ver que as travas, que eu achava que estavam fora, estavam dentro de mim. E eu teria que aprender o que tinha me levado até aquela situação. Com ajuda da fisioterapia, de autocuidado e do Theta, entendi que o meu corpo estava falando e eu tinha que escutar. Ficar sem conseguir me mexer me fez ver quantas vezes eu tinha escolhido me manter em situações negativas, por medo de me movimentar. Meu corpo me mostrou o que era não se movimentar. Tinha deixado o que eu acredito de lado. Precisava mudar e parar de me esconder atrás de ideias pré-concebidas de sucesso.

REFLETE: E depois desse clique, de onde veio o sinal de que seu trabalho também teria que ser para o outro?

FÊ: Fiz as aulas e comecei então a atender minha família, minhas amigas. E uma pessoa foi falando pra outra sobre a profundidade de suas descobertas. Comecei a estudar mais e mais e, quando percebi, havia escolhido ajudar outras pessoas através do autoconhecimento. Isso me fez e faz muito feliz. Faço essa escolha todos os dias. Ver o brilho no olho de alguém, depois de se descobrir, é umas das coisas mas bonitas que já vi.

REFLETE: O que mais você ouve, das mulheres, hoje, nas suas sessões? Há algo em comum, que você tenha percebido? E, aliás, você atende mais mulheres ou homens?

Normalmente, atendo mais mulheres. Acho que ainda nos permitimos falar de sentimentos. Mas essa característica comportamental está mudando. Ainda somos a maioria, mas alguns homens estão iniciando uma busca. No consultório, a cada 10 mulheres, 1 homem. Mas esse traz outro. E assim vamos modificando nosso entorno. Em mulheres e homens, o que mais me chama atenção é: ignoramos nossas feridas. Na maioria dos atendimentos, é sempre uma surpresa saber a situação que machucou.

REFLETE: A minha sensação é que mais mulheres buscam a autoanálise e a troca com amigas. Mas, apesar dessa conexão , digamos, cultural, “permitida” com sentimentos, podemos dizer que para as mulheres é mais fácil lidar com o que sentem?

FÊ: Mais fácil de lidar, não. É que, como a gente pede ajuda com mais frequência — o que é lindo —, somos mais abertas para a cura, porque nos permitimos verbalizar o problema, enquanto muitos homens ainda não se permitem falar sobre coisas não objetivas. Ainda. Sempre falo ainda.

REFLETE: Como o Thetha te transformou e que ensinamentos da terapia podemos usar no dia a dia?

FÊ: O Thetha mudou a minha forma de ver e interagir com o mundo. E me trouxe mais autorresponsabilidade.

Depois do Theta, aprendi que sou a consequência das minhas atitudes. Às vezes erro, às vezes acerto. Mas a culpa não é do outro. Se grito com alguém, não importa o que esta pessoa fez. Quem decidiu gritar no lugar de tomar outra atitude fui eu. E isso é muito libertador.

E em relação aos ensinamentos, aprendi que podemos nos modificar. Podemos largar o que nos machuca. E tudo é uma escolha. Entender que tudo é uma escolha é uma das coisas mais libertadoras neste caminho. Te permite ser dona de ti.

REFLETE: Você se acha hoje realizada com esse novo caminho? Qual é a sua sensação?

FÊ: Hoje estou realizada com a possibilidade de estar feliz no caminho. Me faz brilhar os olhos. Me permite aprender e ajudar outras pessoas. Tenho a sensação de estar onde eu deveria estar.

Eu também tenho essa sensação, Fê.
E obrigada por estar aqui, sempre.

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